LEITURAS DA PARATOPIA CRIADORA DE JANE AUSTEN: UMA OITOCENTISTA CONTEMPORÂNEA
RESUMO: Este Trabalho de Conclusão de Curso reúne as reflexões desenvolvidas na pesquisa de Iniciação Científica A paratopia criadora de Jane Austen: uma autora feminista?, realizada sob financiamento da instituição de fomento Fapesp, Processo 2013/07897-6. Na pesquisa em questão, observando a presença das obras de Jane Austen (1775 – 1817) em contextos dos mais diversos, focalizamos três obras da autora inglesa, Razão e Sensibilidade (1811), Orgulho e Preconceito (1813) e Persuasão (1818), buscando observar o funcionamento da autoria segundo o conceito de paratopia criadora proposto por Dominique Maingueneau (2006), analisando, com isso, a leitura contemporânea dessas obras, que as refere como pertencentes ao discurso feminista. Mesmo passados dois séculos da morte de Jane Austen, sua obra segue sendo comentada, tornando-se por vezes objeto de estudo e discussão de grupos não necessariamente acadêmicos. Tanto seus romances quanto sua própria vida ganharam uma variedade de adaptações como filmes, seriados e incontáveis releituras, como se a autora e seus escritos houvessem sido redescobertos recentemente. Com essa orientação, analisamos não apenas as três obras referidas anteriormente como foco, à procura de traços que possam ser entendidos como pertencentes ao discurso feminista, mas também dados pertencentes ao corpus coletado para esta pesquisa, formado por dados biográficos e referentes à circulação contemporânea da obra – incluem-se aqui releituras, adaptações cinematográficas e televisivas, bem como a apropriação dos textos de Austen em debates feministas. Assim, a perspectiva discursiva com que delimitamos esse conjunto de dados teve como finalidade observar na escrita de Austen o que parecem ser indícios de defesa do direito das mulheres de seu tempo, ainda que a autora não explicitasse uma opinião, considerando a hipótese de que as mudanças históricas ocorridas nos dois séculos transcorridos desde a produção dessa obra é o que nos faz lê-las como uma crítica feminista à sociedade patriarcal. Procuramos, assim, compreender de que modo as obras de Austen circulam no século XXI, e como a conjuntura deste início de século delimita certos tipos de leitura.
PALAVRAS-CHAVE: paratopia criadora; discurso literário; Jane Austen; discurso feminista; análise do discurso.
TRABALHO COMPLETO: LEITURAS DA PARATOPIA CRIADORA DE JANE AUSTEN: UMA OITOCENTISTA CONTEMPORÂNEA