A INTERFACE MATERIAL IMPRESSO E AUDIOLIVRO:
O LUGAR DO REVISOR DE TEXTOS NOS PROCESSOS EDITORIAIS ENVOLVIDOS
A percepção dos eventos importa tanto quanto os eventos.
Robert Darnton
Neste trabalho de Iniciação Científica buscamos pensar, a partir do lugar do revisor de textos, os processos editoriais adotados pela Secretaria Geral de Educação a Distância da Universidade Federal de São Carlos (SEaD-UFSCar). Tomamos como objeto de análise as versões impressa, roteiro de adaptação textual e audiolivro do material didático Reflexões sobre o fazer docente, nas quais nos propomos a investigar como se dão as manobras linguístico-discursivas específicas de cada um dos processos de tratamento dos textos, focalizando, sobretudo, o modo como as circunscrições do revisor de textos enquanto coenunciador editorial o situam na dicotomia leitura e autoria. Para tanto, ancoradas no método descritivo interpretativo da Análise do Discurso de linha francesa, mobilizamos os conceitos de regimes de genericidade e mídium, propostos por Dominique Maingueneau, e, ainda, de ritos genéticos editoriais, pensados por Luciana Salazar Salgado. Procuramos inicialmente fazer um breve panorama dos elementos conjunturais imersos no universo discursivo editorial e explicitar as etapas de produção de cada versão do material em estudo, para, assim, partirmos para as discussões acerca do lugar do revisor de textos e prosseguirmos com as análises dos dados selecionados no corpus. Nossos resultados indicam a instabilidade tanto dos processos editoriais abordados quanto do próprio lugar de inserção do revisor de textos, ambos mergulhados em um ambiente de práticas movediço e sujeito a constantes (e indispensáveis) mudanças de direção.
PALAVRAS-CHAVE: ritos genéticos editoriais; revisão de textos; revisor; EaD